O senador americano Edward Kennedy morreu na noite desta terça-feira, aos 77 anos, vítima de um tumor no cérebro que lhe havia sido diagnosticado em Maio de 2008. Figura de relevo do Partido Democrata, Ted Kennedy era depositário de uma herança política considerável, depois dos seus dois irmãos mais velhos terem sido assassinados.
'Edward M. Kennedy - marido, pai, avô, irmão e tio que amamos tão profundamente - morreu na última hora desta terça-feira em casa, em Hyannis Port', informa a família Kennedy em comunicado distribuído à Imprensa. 'Perdemos o pilar principal e insubstituível e a luz sempre alegre da nossa família, mas a inspiração da sua fé, o seu optimismo e perseverança permanecerão vivos para sempre nos nossos corações', lê-se na nota.
O histórico senador democrata ainda chegou a ser submetido a uma intervenção cirúrgica, mas o cancro não pôde ser removido na totalidade devido à extensão das suas ramificações. Ainda assim, após a operação, que não lhe deu muitas esperanças de vida e com um estado de saúde visivelmente débil, Edward Kennedy fez questão de aparecer na Convenção dos Democratas em Denver, há um ano, quando foi anunciado o nome de Barack Obama como o candidato do partido à presidência dos Estados Unidos. Com um discurso cheio de emoções, Ted prometeu estar presente na tomada de posse de Obama, acreditando plenamente na sua eleição, e assim o fez.
A morte de Ted Kennedy encerra um capítulo importante de uma das mais emblemáticas dinastias políticas da história dos Estados Unidos. Irmão do presidente John F. Kennedy, assassinado em 1963, do senador Robert Kennedy, que faleceu baleado durante a sua campanha para a nomeação presidencial democrata em 1968, e de Joe Kennedy, um piloto que morreu em combate durante a II Grande Guerra, Edward chegou ainda a ser nomeado pelo partido para a corrida à Casa Branca em 1980, mas perdeu a favor do então presidente republicano Jimmy Carter. Ted não desistiu e dedicou a sua carreira política ao Senado americano, onde permaneceu durante 43 anos.