Os advogados de Oprah Winfrey bem tentaram que o caso fosse arquivado, mas o tribunal de Filadélfia, nos Estados Unidos, não recuou e quer mesmo ouvir a apresentadora no processo em que é acusada de ter difamado uma ex-directora da escola que ajudou a criar na África do Sul, instituição envolvida em casos de abuso sexual. O juiz Eduardo Robreno rejeitou liminarmente o recurso apresentado pelos representantes legais de Winfrey e decidiu marcar uma audiência para o próximo dia 29 para saber que razões levaram Oprah a afirmar que a professora Nomvuyo Mzamane terá sido conivente com o escândalo sexual que abalou aquela escola sul-africana.
O processo remonta a 2007, ano em que vieram a público vários casos de abuso sexual de menores naquela instituição, na época dirigida pela queixosa. Perante o escândalo, Oprah Winfrey saiu a público, primeiro numa reunião com os pais das crianças, em 20 de Outubro, e depois, em conferência de Imprensa, a 5 de Novembro, para dizer que a escola precisava de uma nova liderança e sugerir que a directora que havia escolhido, Nomvuyo Mzamane, não era uma pessoa em quem se podia confiar. “Pensava que ela se preocupava com as meninas da África do Sul”, afirmou a apresentadora.
As declarações conduziram ao afastamento da professora que, desde então, não conseguiu voltar a ser contratada por qualquer outra instituição de ensino e acabou por interpôr uma acção judicial contra Oprah Winfrey por difamação.
"A alegação de que a queixosa tinha conhecimento dos abusos e não reagia de forma adequada tem um significado difamatório, uma vez que lhe atribui um comportamento que pode torná-la inapta para exercer a profissão de educadora", justificou o magistrado esta semana no despacho que indeferiu o pedido de arquivamento do processo.